III Encontro de Novos Pesquisadores em História PPGH - UFBA

 

Segue a listagem das Mesas Temáticas com as respectivas ementas, para as propostas de inscrição. Gostaríamos de pedir que no e-mail com as propostas de comunicações enviadas, seja indicada a mesa de preferência, com primeira e segunda opção.

Mesa 1 - Temas e debates sobre religião e religiosidades no Brasil

Considerando o fenômeno religioso como uma importante expressão da apreensão da realidade, pretende-se discutir a sua presença nas diversas relações sociais possíveis, destacar a sua inserção nos mundos político, econômico e cultural do Brasil, além de dialogar com diversas fontes e sujeitos que compõem os cenários dos estudos de religião e religiosidade na recente historiografia.

Mesa 2 - Fragmentos e visões da memória: debates entre literatura, cinema e história

Algumas vertentes da historiografia mais recente têm percebido a literatura e o cinema como instrumentos que auxiliam na compreensão dos fenômenos sociais, como uma fonte de pesquisa, como uma alternativa importante para obter impressões e opiniões sobre o objeto estudado, e também como o próprio objeto a ser pesquisado. Esta mesa pretende abrir espaço para os trabalhos que abordam tais questões, sob as mais diversas perspectivas, promovendo um rico diálogo entre estas formas de expressão.

Mesa 3 - Tráfico, escravidão e liberdade no atlântico luso-brasílico

Esta mesa tem por objetivo constituir um espaço de discussão sobre uma das maiores tragédias humana que marcou a história do Atlântico português: a diáspora forçada de milhões de africanos de sua terra natal para a América. Do lado de cá do Atlântico, escreveu-se páginas de tortura, de trabalho forçado, mas, acima de tudo, de pessoas que sendo tirada a sua liberdade souberam interagir com o mundo desconhecido, negociar suas vivências e construir as nações afro-americanas.

Mesa 4 - África em perspectiva: novos estudos sobre sociedades africanas e os africanos na diáspora

Há algumas décadas o estudo da história da África se mostrou um novo campo de conhecimento para as ciências humanas, permitindo novos olhares sobre temáticas já sacralizadas. Nessa perspectiva a antropologia, a história, a economia dentre outras, tiveram importantes avanços em suas interpretações. Este espaço de diálogo pretende se dedicar ao debate da história africana, suas contribuições influências na sociedade brasileira no geral, e baiana em particular.

Mesa 5 - Retratos e ecos da abolição: lutas contra a escravidão, o cotidiano pós-abolição e a construção dos conceitos de liberdade e raça no Brasil

Nesta mesa objetiva-se discutir a luta contra a escravidão, por meio do estudo das mais variadas formas de resistência e dos grupos organizados para este fim. Desta forma, os trabalhos reunidos nesse eixo temático deverão estar pautados em torno das discussões sobre o cotidiano desta população, nas redes de sociabilidade e na maneira pela qual (re) construíam suas identidades durante e após a Abolição, bem como a contribuição desses sujeitos para o fim do cativeiro. Além disto, buscaremos compreender como esses indivíduos estruturaram suas vidas na tentativa diária de "invenção da liberdade” uma vez inserida num contexto profundamente marcado pela racialização das relações sociais e nas idéias do racismo científico.

Mesa 6 - História e historiografia do Império Português: questões de fé, relações de poder e estratégias políticas

Os âmbitos político, religioso, econômico e administrativo do mundo português vêm, há alguns anos, ganhando cada vez mais relevância na historiografia. Estes estudos, apesar de diferenciados, têm se concentrado em compreender a dinâmica entre a Coroa portuguesa e suas instituições, súditos e territórios ultramarinos. Assim, esta mesa propõe-se a reunir trabalhos que versem sobre as múltiplas dimensões deste império português da época moderna.

Mesa 7 - Política, poder e sociedade no Império Brasileiro

A história política no Brasil, durante muito tempo, esteve marcada pelo predomínio de trabalhos que privilegiavam as narrativas dos grandes vultos nacionais e grandes acontecimentos. Era uma história arraigada nos pressupostos positivistas, em que a maioria das ciências humanas estava envolvida nos seus ditames conceituais. Destarte, nas ultimas década, ocorreu uma ressignificação da história política trazendo consigo inúmeras orientações inovadoras, possibilitando, entre outras coisas, a abertura às diferentes fontes históricas e a ampliação dos horizontes dos historiadores para outros atores sociais, valorizando assim suas ações como determinantes no campo político. Esta mesa tem como objetivo reunir pesquisas relacionadas a esta temática, focando principalmente as relações complexas e variadas estabelecidas entre os modos da organização e do exercício do poder em todas as esferas do Império Brasileiro.

Mesa 8 - Aspectos da República Brasileira; Cultura Política, Sociabilidade e Cotidiano

Apesar do uso do termo generalizante “República brasileira”, sabemos que não houve uma, mas várias repúblicas, que, entre os séculos XIX e XXI mostraram-se diversas, com peculiaridades próprias dos contextos ao qual pertenceram. Esta mesa pretende discutir exatamente este caldo de processos políticos, sociais e culturais, e que compõem o amplo quadro do período republicano brasileiro, que por sua vez se estende de sua fundação em 1889 até a primeira década do século atual.

Mesa 9 - Relações de gênero e família: discursos e representações

A historiografia, tradicionalmente, relegou às mulheres um papel secundário no processo histórico, quase omisso, sempre oculto atrás dos grandes homens e dos grandes personagens. Recentemente, diversos são os trabalhos que mudaram  a perspectiva sobre o tema; os novos estudos sobre gênero passaram a compreender que os estudos sobre as mulheres não poderia ser feito apartado dos contextos históricos e da relação com os homens. Sexismo, misoginia, violência, resistência a opressão, sexualidade e família foram questões que marcaram a vida destas mulheres, e é o ponto central dos estudos que esta mesa busca abarcar.

Mesa 10 - Entre o erudito e o popular: história da medicina e das práticas de cura

O mundo letrado, dito erudito, e o universo popular tem sido observados em constante tensão e conflitos, pois o primeiro tem sempre visto o segundo com olhos preconceituosos. Esse quadro de tensões pode ser observado em diversos momentos, mas o campo da medicina e das práticas de cura revela este conflito com bastante intensidade, pois é onde os antagonismos entre ambos os mundos emergem de forma clara. Esta mesa pretende servir como porta para discussão sobre temas referentes a ambos os universos, tanto da medicina popular quanto acadêmica, e da relação entre ambos, observando nessa intersecção seus momentos de conflito e também os de solidariedade.

Mesa 11 - Mundos do trabalho: conflitos, negociações e movimentos sociais

A mesa tem por objetivo analisar e discutir o cotidiano e a ação dos trabalhadores junto aos movimentos sociais e/ou trabalhistas entre os séculos XIX e XXI. Como se desenvolveram, seus atores, práticas, enfim, toda a miríade de processos e elementos que compõe o cotidiano desses grupos. Também pretende discutir a diversidade de sua relação com outros setores da sociedade, com a mídia e com o Estado.

Mesa 12 - Novos estudos sobre povos indígenas no Brasil: políticas, vivências e interações

Em anos recentes, a temática indígena tem ocupado um espaço cada vez maior entre os historiadores. Esses trabalhos têm enfocado a história dos índios no Brasil usando como referência um diálogo mais aprofundado com a Antropologia, abdicando, assim, de uma visão essencialista acerca dos índios e distanciando-se, cada vez mais, das análises conservadoras que os concebiam como meros sobreviventes de uma cultura destroçada e empobrecida pelas transformações. Nessa perspectiva, os índios são compreendidos a partir de suas próprias experiências e percebidos como sujeitos ativos diante das situações de interação. Esta mesa pretende reunir trabalhos que apresentem pesquisas originais e privilegiem as relações construídas entre os índios e outros agentes sociais, enfocando as populações nativas em sua historicidade, e demonstrando como elas lidaram com as diferentes situações desencadeadas pelo contato.